quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A ARTE DE CONVIVER COM CRIANÇAS

A TODAS AS CRIANÇAS POR SEREM A ALEGRIA DE MINHA VIDA



CAPÍTULO 10 

Outro dia desses, tive o privilégio de observar seis garotos brincando com galhos de bambus em um trecho deste bosque.

Pisando pelas folhas secas eles já chamavam a atenção tamanho é o barulhão que faz tal som. Mas, foi quando eles começaram a brincar de arremessar tais galhos é que eu comecei a lhes dar atenção.

Este grupo de amigos estava; como uma equipe; instigando seu potencial.

Cada um deles arremessava o seu bastão e todos iam conferir até onde havia chegado para depois voltarem ao mesmo ponto de partida.

Uns iam estimulando outros a jogar com mais força enquanto outros incentivavam alguns a mudar o braço de posição.

Porém, sempre iam juntos vibrar quando alcançavam novas marcas adiante.

Sorri muitas vezes ao contemplar estes garotos, pois a alegria deles em desafiarem suas potencialidades era digna de ser contemplada.

Assim que eles cansavam de arremessar os largos galhos de bambu eles acabavam por inventar novos jeitos de jogá-los.

Este evento durou um bom tempo de entretenimento para estes garotos de agilidade incomum.

É comum também eu observar crianças se equilibrando ao caminharem de lado por cima de uma comprida vara de bambu caída por aqui.

No entanto, as crianças sempre mostram o quanto estão dispostas a enfrentar desafios novos na vida.

Quando imaginei eu ter terminado a brincadeira dos galhos, lá estavam estes meninos tentando pular ao se apoiarem na vertical de tal vara.

Assim como fazem os atletas, assim também estavam eles querendo superar suas capacidades.

Fato admirável uma vez que todos estavam fazendo isso em pleno chão forrado de folhagens onde o equilibrio exige ainda mais força e vontade.



E por falar em equipe...



No verão passado uma turma de crianças que convive comigo junto à natureza estava brincando de arremessar torrões de terra por entre as árvores de outra parte de nosso bosque ainda natural.

Eu desta vez pedi para ser convidada por este grupo de meninas e meninos só para ter o prazer de dar vazão ao meu lado moleca. Por sorte fui aceita pela criançada.

É que quando se unem as crianças nem interessa a idade que se tem ou quem é menina ou menino, pois o que vale é a alegria de compartilharmos juntos uma brincadeira na terra.

Começamos a formar então com as mãos diversos pedaços de pedras de terra.

O incrível no entanto, foi ver o quanto contribuiam uns com os outros na hora de repartir proporcionalmente maiores ou menores torrões uma vez que a diversão estava instalada muito mais em vermos as mãos toda suja de terra do que propriamente em quem atirava-os mais longe.

Os maiores ajudavam os menores oferecendo suas porções, mas foram os menores que souberam ver quem ainda não havia arremessado torrões pequenos.

Só sei que tal vivência pode proporcionar a todos uma tarde de iintensa folia.

Algumas crianças até inovaram a brincadeira ao jogarem seus torrões bem no meio de duas árvores como se estas formassem um gol.

Eu no entanto, me atrevi a instigá-los a formar um quadro abstrato com a terra que se espalha toda quando arremessamos torrões com maior força no paredão que separa a gente da civilização.

É; crianças são mesmo muito criativas!

Basta deixarmos elas liderarem as brincadeiras que sempre aprendemos algo novo nesta vida.

A ARTE DE CONVIVER COM CRIANÇAS

A TODAS AS CRIANÇAS POR SEREM A ALEGRIA DE MINHA VIDA


CAPÍTULO 9 

Assim é minha convivência com a criançada.

Rimos unidos para que nossas risadas fiquem ainda mais engraçadas.

Brincamos juntos para que nossa amizade seja preservada.

Afinal, nada é mais alegre nesta vida do que sermos cúmplices na alegria de juntos fazermos folia.

Chutando água em uma poça formada pela chuva para molhar o outro, escondendo-se atrás das árvores, colocando folhas na cabeça como se inventássemos originais chapéus, pisando em galhos só para ouvirmos diferentes sons desta natureza bela ou simplesmente tirando as cascas de bambuzais já velhos, são sempre as crianças que nos mostram o caminho a seguir.

Certo dia um amigo meu com seus quase oito anos de idade, estava dependurado em um dos cipós que são capazes de formar as frondosas árvores.

Ele, sabendo perfeitamente brincar sozinho, se balançava ao redor de seu largo tronco até saltar para o meio da mata.

Eu, que vinha de uma caminhada, sorri diante de tal cenário.



Depois de elogiá-lo por sua enorme flexibilidade, fui convidada por este forte garoto a me aventurar em algo nunca antes por mim experimentado.

Confesso que gosto de vivenciar até hoje brincadeiras novas por serem desafiantes.

Porém, antes de agarrar aquele cipó pedi orientações para este moleque amigo meu.

Ele, todo confiante, passou a me mostrar passo a passo o seu conhecimento frente a mais esta possibilidade de nossa natureza.

Me senti de fato uma aventureira junto a este meu amigo dotado de um sorriso brejeiro.

Rimos muito de todas as minhas atrapalhadas por me enroscar em tal cipó que até gargalhadas despontaram quando eu caía antes da hora.

Este meninão mais ria de mim do que qualquer outra coisa, mas ainda assim eu não desistia. Dizia a ele que iria conseguir me sentir na selva de verdade.

E com isso, nossas habilidades foram se tornando ampliadas, pois a cada rodada íamos mais alto ainda pelos ares até que nossos pulos se torvavam também mais avançados.

Ele, como se fosse um mestre meu, ia me instigando a aprender mais uma divertida brincadeira dentro desta simplicidade que oferece a Mãe Terra.

E eu, como aprendiz, fui me sentindo cada vez mais feliz.

Por isso, muitas vezes, apesar de bem conhecer as crianças ainda me surpreendo vez em quando ao me deixar ser ensinada por elas.

A ARTE DE CONVIVER COM CRIANÇAS

A TODAS AS CRIANÇAS POR SEREM A ALEGRIA DE MINHA VIDA




CAPÍTULO 8  

Sou amiga de um garotinho muito esperto.

E pelo fato deste meu amiguinho ter plantado um pé de chuchu em nosso bosque eu queria que ele compartilhasse comigo desta sua primeira experiência junto à natureza; afinal, eu também plantei um pinheirinho ainda quando menina.

Para tal, convidei-o a almoçar comigo.

E com muito entusiasmo, ele contou esta sua bela vivência.

Este menino me disse que estava regando sua plantinha toda semana por acreditar que quando ela crescesse iria haver chuchu para que todos que moram por aqui tivessem o que comer.

Este garoto de apenas quatro anos mostrou o quanto já sabe pensar nos outros.

Frente a tamanha noção de colaboração que há na alma deste grande menino tenho orgulho de que ele seja meu amigo.

Deixar uma criança se expressar diante de sua primeira façanha de plantar algo é belo de se apreciar.

Por isso é que dentre tantos brincares que já fazem parte de nossa história em comum, esta sua atiutde tornou-se especial, pois é dando valor à natureza que está crescendo esta nova geração repleta de consciência.

Mérito de seus pais, educadores e cuidadores com certeza.

Porém, o mais impressionante é que este meu amigão está pensando em um futuro para todos simplesmente como mais uma de suas tantas brincadeiras de infância.

Ele até me convidou a conhecer sua plantação dia desses.

Encantada por tal gesto de gentileza, marcamos outros dias para que eu pudesse acompanhar seu desenvolvimento. Da sua plantação é claro.

Pois participar do desenvolvimento deste garoto; Ah! Isso eu faço mesmo questão; tamanha é sua nobreza e respeito por esta generosa natureza.

Mas nem de longe este garoto é uma criança séria uma vez que seu riso transparece de modo fácil com tudo que acontece.

Ele está sempre pronto a dar uma sonora gargalhada quando a farra se estabelece.

Certo dia nos encontramos lá dentro do bosque.

Ele e seu irmão mais novo estavam dispostos a me acompanhar em uma de nossas mais criativas aventuras. Saímos procurando pedras.

Pedras, pedrinhas e pedregulhos foram sendo selecionados por nós.

De tamanhos variados, fomos enchendo os bolsos do casaco, das calças até termos que usar nossos bonés para guardá-las.

Enquanto isso, este inteligente garoto foi sugerindo levarmos tais elementos para casa para que cada um fizesse um quadro. Ao seu lado, me senti uma artista de verdade.

Além disso, iediatamente após cada nova idéia, ele já saía a cata de mais e mais curiosidades desta Mãe Terra. 

Foi pegando gravetos, folhas miúdas, folhas diferenciadas enquanto explicava o que faria com cada uma delas em sua tela.

Catamos pinhas e florzinhas até terminarmos com o colhimento de sementes de frutinhas. Seu irmãozinho nos ajudava.

O poder de usar a imaginação deste meu amigo de pouca idade é absolutamente admirável, pois até eu consegui visualizar sua obra de arte enquanto ele a narrava.

E eu, para enriquecer seu lado artístico, ia sugerindo catar outras coisas pelo gramado; como um pouco de galhos com desenhos já formados ou botões de flores que quando apertadas deixam explodir sementinhas para todo lado.

Este esperto garoto, que pergunta tudo pra gente, queria descobrir como eu sabia de tais surpresas existentes dentro da natureza.

Contei-lhe que eu gostava de brincar com tudo que havia nesta natureza desde meus quatro anos também até que um dia eu aprendi com minha avó tal segredinho deste estágio da mais comum flor que há enquanto se prepara para desabrochar.

E foi com tantos leves apertões nestes botõezinhos que nossas gargalhadas ecoavam pelo bosque todo, devido ao singelo susto que estas sementinhas nos pregavam diante do insperado.

Assim como surgiu minha primeira gargalhada em meu primeiro ano de vida em vista da primeira surpresa que encontrei na natureza (fato narrado mais tarde por esta minha preciosa avó); assim também gargalhou seu irmãozinho por volta da mesma idade junto ao riso espontâneo deste meu querido grandioso amigo.

Nada mais belo do que dar boas gargalhadas com amigos de verdade!