quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A ARTE DE CONVIVER COM CRIANÇAS

A TODAS AS CRIANÇAS POR SEREM A ALEGRIA DE MINHA VIDA


CAPÍTULO 4 

Crianças sempre gostaram de cantar, de dançar e de tocar instrumentos, principalmente aqueles que são inventados.

É da natureza humana gostar de todo tipo de arte.

É da natureza humana gostar de festejar, comemorar e celebrar a vida.

Isto me fez lembrar de um final de tarde onde, no quiosque, estávamos reunidos eu e as crianças de idades variadas para tomar um copo de água antes de seguirmos na brincadeira de pique-esconde com toda a moçada.

Foi então que tive a idéia de aprontar com todos, uma diferente batucada.

Sugeri batermos com as mãos na bancada de madeira enquanto formávamos uma banda improvisada.

A garotada ficou toda animada!

E quanta criatividade foi surgindo com as idéias que cada um apresentava!

Uns foram buscar varetinhas fininhas de galhos secos enquanto outros tocavam com folhas catadas do chão mesmo.

Saímos dançando em plena multidão de adultos que lá estavam e eu como a maior aprontona da turma das crianças fui convidando a todos para entrar em nosso carnaval  criado fora de hora.

Quanta farra fizemos juntos naquela tarde!

Como era verão, algumas meninas e alguns dos meninos resolveram que seria de bom tom molharmos uns aos outros só para nos refrescarmos um pouco.

Pena que muita gente grande ainda não entenda que se molhar em pleno calor faz bem para uma infância se tornar ainda mais plena de felicidade.

Mas mesmo assim continuamos a farra.

O mais surpreendente foi saber que cada um conhecia uma música diferente.

Aquelas que ainda são do meu tempo pude acompanhar com facilidade.

As outras mais recentes, fui aprendendo com a criançada.

Fizemos refrões, versos simples em coro e até pude apresentar a eles canções que compus no momento, na ânsia de que pudéssemos ter uma canção marcante para nosso grupo.

Descobri que foi impossível tal vontade se realizar uma vez que em se tratando de músicas cada um tem seu gosto particular.

Aprendemos juntos a fazer compassos, ritmos desconhecidos e uma barulheira danada.

Mas o mais importante foi apreciar os talentos artísticos que habitam o interior de cada alma nova dessa criançada.

Escolhemos até alguns para serem maestros e assim fomos colocando sementes e pedrinhas nos bolsos que com uma simples chacoalhada de nosso corpo já obtínhamos novos sons diferenciados enquanto dançávamos.

Pelo fato de eu brincar quando criança com sementes de frutinhas na fazenda de minha avó como se estivesse em plena fanfarra, incentivei as crianças a descobrirem novos elementos desta tão completa natureza para formarmos nossa original orquestra.

Confesso que me surpreendi com o tamanho do potencial dessas meninas e desses  meninos artistas que criam diversas musicalidades com o que há de mais simples encontrado pela vida; encontrado na terra.
Festejamos assim nossa grande amizade!