CAPÍTULO 1
Foi por gostar de brincar junto à natureza que um alegre pequenino eu conheci pelo caminho.
O menorzinho da nossa turma, fez a alegria minha quando, de mãos dadas, saimos correndo atrás de uma borboletinha.
Seguindo uma tendência natural que existe na essência de toda criança, foi rindo que tentamos caçá-la com as próprias mãos assim como já havia feito nosso outro grande amigo que convive com a gente.
Eu e este alegríssimo menininho nos divertimos à beça neste dia pelo caminho ao corrermos lado a lado na tentativa de alcançar aquela que voava pelos ares.
Mas qual não foi minha surpresa quando de repente este menininho parou de correr só porque descobriu minúsculos bichinhos agrupados no tronco de uma destas frondosas árvores que existem por aqui. De fato; eram milhares deles formando um atalho.
Este garotinho adora cutucar os bichinos que encontra por entre a terra.
Certo dia ele até descobriu formigas e tatus bolinhas só porque pegou um pauzinho e começou a remover a terra que rodeava outra árvore.
Este é um menino que fica encantado quando desponta diante dele algum tipo vivo deste reino animal.
E para minha alegria consigo vê-lo feliz da vida ao contemplar como saltam os micos de galho em galho. Em frente a uma árvore, ele e eu pudemos ficar dia destes um tempão observando e fazendo histórias sobre a vida destes macaquinhos.
Agora que este molequinho já está falando quase tudo com seu ano e meio de vida gostamos de compartilhar momentos que nos oferecem esta rica natureza.
Sua alegria transparece através de sua expressividade.
Cheio de emoções, ele demonstra cada uma delas em seu rosto de acordo com o que surge em sua frente.
Ah! Mas suas gargalhadas enchem a tarde da gente de alegria!
É que ele é querido por todos não importando a idade que temos.
Até uma senhora ele é capaz de seguir imitando-a em seus exercícios de alongamento.
Este garotinho é descontraído e muito comunicativo.
E esta sua naturalidade atrai até as crianças de maior idade.
Eu diria que ele é a festa em pessoa, pois toda vez que nos encontramos ele vem correndo para dar um abraço bem apertado. De amigo mesmo.
Porém, sua elegância é o que há de mais interessante.
Certa vez, enquanto estávamos passeando pelo jardim, simplesmente pelo prazer de estarmos um na companhia do outro; assim como fazem os grandes amigos de verdade; ele foi até o canteiro de flores colher uma espécie de rosa vermelha para me oferecer como se faz um grande cavalheiro.
Emocionada com tal nobreza, saí contando para todos sobre este seu gesto de delicadeza. E para meu espanto ele ainda havia feito um arranjo de folhas enroladas que encontrou no chão oferecendo-o a mim como um presente.
Um príncipe!
Mas um príncipe de verdade e não desses que nos iludem os contos de fadas.
Afinal; ser príncipe ou ser princesa tem muito mais a ver com cada nobre atitude do que com fantasias compradas em lojas.
Desde pequenino, ele já convive com naturalidade junto a esta natureza primitiva.
E foi convivendo com este especial menininho alegre e destemido que eu pude relembrar conceitos de uma infância merecedora a toda e qualquer criança, independente de sua raça, de sua cor ou de sua nacionalidade, por ser esta natureza de uso comum a todos.
Afinal; é ela o nosso presente de todo dia a dia.