CAPÍTULO 10
Outro dia desses, tive o privilégio de observar seis garotos brincando com galhos de bambus em um trecho deste bosque.
Pisando pelas folhas secas eles já chamavam a atenção tamanho é o barulhão que faz tal som. Mas, foi quando eles começaram a brincar de arremessar tais galhos é que eu comecei a lhes dar atenção.
Este grupo de amigos estava; como uma equipe; instigando seu potencial.
Cada um deles arremessava o seu bastão e todos iam conferir até onde havia chegado para depois voltarem ao mesmo ponto de partida.
Uns iam estimulando outros a jogar com mais força enquanto outros incentivavam alguns a mudar o braço de posição.
Porém, sempre iam juntos vibrar quando alcançavam novas marcas adiante.
Sorri muitas vezes ao contemplar estes garotos, pois a alegria deles em desafiarem suas potencialidades era digna de ser contemplada.
Assim que eles cansavam de arremessar os largos galhos de bambu eles acabavam por inventar novos jeitos de jogá-los.
Este evento durou um bom tempo de entretenimento para estes garotos de agilidade incomum.
É comum também eu observar crianças se equilibrando ao caminharem de lado por cima de uma comprida vara de bambu caída por aqui.
No entanto, as crianças sempre mostram o quanto estão dispostas a enfrentar desafios novos na vida.
Quando imaginei eu ter terminado a brincadeira dos galhos, lá estavam estes meninos tentando pular ao se apoiarem na vertical de tal vara.
Assim como fazem os atletas, assim também estavam eles querendo superar suas capacidades.
Fato admirável uma vez que todos estavam fazendo isso em pleno chão forrado de folhagens onde o equilibrio exige ainda mais força e vontade.
E por falar em equipe...
No verão passado uma turma de crianças que convive comigo junto à natureza estava brincando de arremessar torrões de terra por entre as árvores de outra parte de nosso bosque ainda natural.
Eu desta vez pedi para ser convidada por este grupo de meninas e meninos só para ter o prazer de dar vazão ao meu lado moleca. Por sorte fui aceita pela criançada.
É que quando se unem as crianças nem interessa a idade que se tem ou quem é menina ou menino, pois o que vale é a alegria de compartilharmos juntos uma brincadeira na terra.
Começamos a formar então com as mãos diversos pedaços de pedras de terra.
O incrível no entanto, foi ver o quanto contribuiam uns com os outros na hora de repartir proporcionalmente maiores ou menores torrões uma vez que a diversão estava instalada muito mais em vermos as mãos toda suja de terra do que propriamente em quem atirava-os mais longe.
Os maiores ajudavam os menores oferecendo suas porções, mas foram os menores que souberam ver quem ainda não havia arremessado torrões pequenos.
Só sei que tal vivência pode proporcionar a todos uma tarde de iintensa folia.
Algumas crianças até inovaram a brincadeira ao jogarem seus torrões bem no meio de duas árvores como se estas formassem um gol.
Eu no entanto, me atrevi a instigá-los a formar um quadro abstrato com a terra que se espalha toda quando arremessamos torrões com maior força no paredão que separa a gente da civilização.
É; crianças são mesmo muito criativas!
Basta deixarmos elas liderarem as brincadeiras que sempre aprendemos algo novo nesta vida.